quinta-feira, 12 de julho de 2012

Regionalização:

O que significa regionalizar?
   Regionalizar significa individualizar parte do espaço geográfico de acordo com determinados critérios, que podem ser sociais, culturais, físicos, econômicos e políticos. A regionalização pode também ocorrer em diferentes escalas: mundial, como a divisão do globo em dois hemisférios; nacional, como a separação territorial dos países; e local, como a delimitação de áreas específicas (a região central de uma cidade, por exemplo).

Quais são os objetivos da regionalização?
   A regionalização vem sendo estudada por muitos pesquisadores, com o objetivo, principalmente, de facilitar a análise do espaço geográfico. Ao dividir o espaço, ou fazer determinado recorte temático, é possível aprofundar o conhecimento sobre uma localidade, ou comparar diversas regiões, como nos mostra o geógrafo estadunidense Richard Hartshorne (1899-1992).
   Uma divisão comum é a que procura delimitar as regiões com o objetivo de facilitar a localização de um determinado fenômeno ou evento, geralmente agrupando países com proximidade espacial: Oriente Médio,    Leste Europeu, Caribe, Polinésia, África Subsaariana, entre outros.

Regionalização política:
   A regionalização política baseia-se principalmente na divisão territorial dos países, que também podem ser agrupados de acordo com sua localização. Atualmente o mundo é dividido em cinco continentes e cerca de 200 países, características distintas de organização política, territorial, social, cultural e econômica.
América:
   A América é um continente que se prolonga do extremo Norte ao extremo Sul do globo, entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Recebeu esta denominação pela primeira vez em um mapa de 1507.
   Apesar de a América ser conhecida também como “Novo Continente”, outros povos já habitavam milhares de anos antes da chegada dos europeus, como é o caso dos incas, na região andina, e das civilizações maia e asteca no México e na América Central.
   Atualmente predomina na América, a divisão baseada na sua localização (do Norte Central e do Sul) e na herança colonial (Anglo-Saxônica e Latina, na qual prevalecem aspectos socioeconômicos e culturais).
   Na América Anglo-Saxônica predominou a colonização inglesa (anglo-saxã), que também determinou a língua e o modelo de desenvolvimento econômico no Canadá e nos EUA- embora os franceses também tenham grande influência no Canadá.
   A América Latina, complementarmente, é formada por países colonizados predominantemente por povos de origem cultural latina, como o francês, o espanhol e o português. Assim, compõem essa região o México e os demais países da América Central e América do Sul.
Europa:
   A Europa é considerada o berço da civilização ocidental ou “Velho Continente”. Do ponto de vista geológico, forma com a Ásia um grande bloco de terra, também conhecido como Eurásia. Apesar de não haver um oceano ou mar que as separe, em razão das diferenças históricas e culturais, cada uma é considerada e analisada como um continente à parte.
   A Europa também é regionalizada de diferentes modos. Na época da Guerra Fria, o continente foi dividido em Europa Ocidental, aliada dos EUA, e Europa Oriental, área que compactuava com a URSS. Ainda hoje podemos usar essas definições, mas elas já não têm o mesmo significado político que tinham naquele período.
   Outras sub-regionalizações dividem a Europa em:
- países nórdicos ou escandinavos: Suécia, Finlândia, Noruega, Dinamarca e Islândia;
- países ibéricos: Portugal e Espanha;
- Europa Meridional: Itália e Grécia;
- Europa Ocidental: Reino Unido, França, Bélgica, Holanda, Suíça e Irlanda;
- Europa Central: Alemanha, República Tcheca, Polônia, entre outras.
- Europa Oriental, com a parte europeia da Rússia e algumas outras ex-Repúblicas Soviéticas como Ucrânia e Armênia.
Ásia:
   Na Ásia, algumas características socioculturais permitem fazer uma regionalização do continente em cinco grandes conjuntos:
- Oriente Médio: onde predominam países de língua árabe e, mesmo na Turquia, cujo idioma oficial é o turco, e em Israel, onde se fala o hebraico. As disputas religiosas e territoriais são intensas e frequentes nessa região.
O Oriente Médio ainda ocupa uma posição estratégica, situado na confluência de três continentes, constituindo uma área de passagem.
- Ásia Meridional: formada pelo subcontinente indiano, que, além de índia, inclui Paquistão, Bangladesh, Butão, Nepal, Sri Lanka e Maldivas. Em virtude de sua localização intermediária no continente asiático, esta região foi invadida por diversos povo, o que possibilitou a formação de uma cultura diversificada e uma miscigenação racial ampla.
- Ásia Central: envolve a parte asiática da ex-União Soviética, formada por alguns países da Comunidade dos Estados Independentes, como Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão e parte da própria Rússia.
África:
   Devido à heterogeneidade que marca a política, a economia e, principalmente, a cultura do continente africano, há diversas formas de regionaliza-lo. A forma mais abrangente considera dois grandes complexo regionais: a África Setentrional e África Subsaariana.
   A África Setentrional é constituída de seis países independentes: Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos e   Mauritânia. Uma das características marcantes da região é a sua composição populacional, cultural e religiosamente pelos povos árabes, que deixaram marcas profundas.
   A África Subsaariana é composta de 47 países e recebe essa denominação por incluir países que têm seu território ao Sul do deserto do Saara. Mesmo assim, ainda encontramos ao norte desta região nações nas quais o islamismo é a religião predominante.
Oceania:
   A Oceania é o menor e mais povoado continente do planeta, na qual se localizam 14 nações e outras pequenas possessões estadunidenses, francesas e britânicas. Por sua colonização ser mais recente, é também chamado de “Novíssimo Continente”.
   Apesar de também terem sido colônias, os dois principais países da região, Austrália e Nova Zelândia, apresentam elevados índices de desenvolvimento humano e são as únicas nações localizadas ao sul da linha do Equador incluídas no chamado Norte industrializado ou desenvolvido.

Regionalização socioeconômica:
   Pode-se dividir o globo entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos (ou ricos e pobres); industrializados e não-industrializados; agrícolas e industriais; centrais e periféricos, do Norte ou do Sul.
   Esse tipo de regionalização considera principalmente as condições socioeconômicas dos países. Ele divide o mundo em dois blocos: ao norte, os países que compõem o bloco dos desenvolvidos (ricos),e, ao Sul, os países subdesenvolvidos (pobres), com exceção da Austrália e da Nova Zelândia, classificados como ricos.
   Essa forma de regionalização generaliza as condições sociais, culturais, econômicas e políticas dos países de ambos os blocos. Ela define uma linha divisória, como se todos os países pertencentes a um dos grupos apresentassem exatamente a mesma realidade social e econômica.

 Fonte: Livro: Geografia- Sociedade e cotidiano 3/ Dadá Martins, Francisco Bigotto e Márcio Vitiello.

Globalização:


   A Globalização é a interdependência de todos os povos e países do nosso planeta. Portanto, define-se globalização como o termo utilizado para o processo de transformações econômicas e políticas que vêm acontecendo nas últimas décadas. A principal característica é a integração dos mercados mundiais com a exploração de grandes empresas multinacionais. Junta-se a isso a grande revolução tecnológica com o uso cada vez maior de telefones, computadores e televisão e a uniformidade das informações com o surgimento e explosão da Internet e dos canais de televisão por assinatura. Com isso os países passam a interagir não só na economia e na política, como também na cultura.
    O fenômeno da globalização não produziu os mesmos efeitos em todos os países e em todas as camadas sociais. A formação de grandes conglomerados econômicos, o aumento extraordinário do volume de capitais movimentados nas transações financeiras, a livre circulação de mercadorias entre os países e a revolução tecnológica não possibilitaram uma elevação na qualidade de vida da maior parte da população mundial, que inicia o século XXI convivendo com o desemprego, a pobreza e a fome.

A globalização no dia-a-dia: 

   A globalização nos rodeia, está em tudo. Suponhamos que você vá com seus amigos comer um cheeseburger e tomar Coca-Cola no McDonald's. Em seguida, assista a um filme de Steven Spielber e volte para casa num carro Ford ou num ônibus Mercedes. Ao chegar, o telefone toca. Você atende num aparelho fabricado pela Siemmens e ouve um amigo lembrando-o de um videoclipe que começou há instantes na televisão: Michael Jackson em seu último lançamento. Você corre e liga o aparelho da marca Mitsubishi. Ao terminar o clipe, decide ouvir um CD do grupo Simply Red gravado pela BMG Ariola Discos, de propriedade da Warner, em seu equipamento Philips.
  Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse curto programa de algumas horas. Na verdade, não há atividades que escapem dos efeitos da globalização do capitalismo. Nem mesmo os esportes. Nem a seleção canarinho dispensa o patrocínio da Coca-Cola, símbolo estridente do processo de globalização do capital.
  A influência política da globalização chega ao ponto de entidades de direitos humanos dos Estados Unidos tomarem conhecimento da chacina de meninos de rua, ocorrida em 1993 em frente à igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, antes mesmo do próprio governo brasileiro.

A Ordem Geopolítica Mundial:


   É uma forma explicativa utilizada para melhor se compreender as transformações socioeconômicas e geopolíticas que ocorrem no mundo. Corresponde, portanto, às relações de poder entre os países.
   Essa ordem define qual é ou quais são as grandes potências e suas áreas de influência em determinado momento histórico, quais são as disputas que ocorrem nos âmbitos político, militar, ideológico, entre outros.
   No estudo da geopolítica, costuma-se afirmar que existiram algumas ordens mundiais predominantes em determinados períodos históricos, como a ordem bipolar, característica da velha ordem, e a multipolaridade x unipolaridade, que defendem a nova ordem mundial.

Velha Ordem Mundial (Linha do tempo):

1945-1991:
* Bipolarização político-ideológica:
 Guerra Fria
* Divisão do mundo:
Mundo capitalista: EUA
Mundo socialista: URSS

A partir de 1980:
* Introdução de novo paradigma tecnológico
* Convergência de tecnologias em microeletrônica
* Revolução no sistema de computação (hardware e
software) e no sistema de telecomunicações
* Tecnologia de informações:
- Avanços e inovações tecnológicas no sistema de produção,
de distribuição e nos produtos
- Novos padrões de produtividade, competitividade e
Lucratividade.

Abertura política 1985:
*Mikhail Gorbatchev, Secretário-Geral do
Partido Comunista da União Soviética, anunciou
reformas que visavam enfrentar a crise
econômico-social e reformar o sistema socialista
soviético em crise na direção de um “socialismo
de mercado”, com democracia e descentralização.

1986: Suspensão unilateral dos testes nucleares
Subterrâneos.

1987: Assinado um acordo com os Estados
Unidos para a eliminação dos mísseis de médio
Alcance.

1988: União Soviética retira tropas do
Afeganistão.

1989/1990: Queda do Muro de Berlim

1991: Não-assinatura do novo Tratado da União 
para manter a União Soviética e derrota final no
plebiscito na Ucrânia.
- Colapso do mundo socialista
- Fim da bipolarização político-ideológica
- Hegemonia exclusiva dos EUA nos planos
político-ideológico e militar.

Fonte: Livro - Geografia do Brasil e geral/ Povos e territórios/ Volume único - Vagner Augusto da Silva.